Iniciativa estudantil, Coletivo Quarta Parede se torna projeto institucional da Unesc
Proposta é colocar o teatro como uma ferramenta de acesso à arte para todos
Em 2019 o Coletivo Quarta Parede nasceu para ser multiplicador da arte na Unesc. Com o passar dos meses, a iniciativa acadêmica se transformou em uma importante representatividade dentro do campus, e na próxima quinta-feira (30/7) inicia uma nova etapa como um projeto Institucional. Assim como em seu propósito, o dia de comemoração será marcado pelo fomento ao conhecimento sobre a arte, com a live “Diálogos sobre o Político nas Artes Cênicas”.
A partir das 19 horas, ao vivo em YouTube.com/unesctv, os estudantes da Unesc e idealizadores do projeto, Denis Moraes e Douglas Vaz, dialogam com profissionais e estudiosos das Artes Cênicas. O grupo de convidados é formado pelo professor da Unesc, diretor e produtor cultural, Gustavo Bieberbach; pela professora da UFSC, diretora e atriz, Marília Carbonari; pelo ator e doutorando em Teatro, Ricardo Goulart, e pelo diretor e bacharel em Artes Cênicas, Leandro Batz.
O Coletivo Quarta Parede, conforme Moraes, tem a proposta de colocar o teatro como uma ferramenta de acesso à arte para todos. A iniciativa é gratuita e realiza encontros todos os sábados. “A institucionalização do projeto oportuniza uma maior projeção, mostrando que dentro da nossa Unesc existem e valorizamos talentos. É mais uma mostra de como a Instituição volta seus olhares para o acadêmico. Para o Coletivo este ato é de grande importância, abrindo ainda mais as portas à diversidade cultural”, destaca.
Para Vaz, o momento deve ser destacado como uma conquista para os estudantes, sociedade e Universidade. “Acredito que a institucionalização do Coletivo Quarta Parede é uma iniciativa importante não somente para a Unesc enquanto ampla e democrática, mas também para a comunidade acadêmica e externa. Nosso projeto reacende um papel responsável, com as produções e expressões artísticas que a Instituição procura na promoção da cultura de paz. E, mais do que a institucionalização de um projeto, essa conquista é o estopim de uma longa jornada na materialização de sonhos e trabalhos”, frisa.
Durante a pandemia, um grupo de integrantes segue atuando e planejando ações futuras para o Coletivo. O objetivo, para os próximos meses, é realizar encontros teóricos via ferramentas virtuais, e posteriormente retomar as dinâmicas semanais. Os interessados em participar podem entrar em contato no e-mail [email protected]. Conheça o projeto no Instagram: @coletivoquarta.
Diálogos sobre o Político nas Artes Cênicas
Conforme o professor da Universidade que vem auxiliando o Coletivo, Gustavo Bieberbach, o simples fato de haver uma junção de pessoas para prestigiar teatro, ou outra arte, já se concretiza como um ato político. O docente traz também um elemento de experiência pessoal, construído dentro de sua pesquisa de doutorado, onde analisou duas peças dentro da categoria “teatro documentário”. “São dois trabalhos, realizados por companhias de São Paulo e do México, e expõem no palco a história de pessoas que normalmente não tem voz. São indivíduos fazem parte de um grande grupo cunhado como minoria, porém sem saber fazem parte da maioria. O que causa este aspecto é muitas vezes a falta de acesso à educação de qualidade e equipamentos culturais. São componentes das ditas minorias: grupos étnicos, religiosos, raciais e de indivíduos que possuem a orientação sexual diferente daquela tida como normal por uma sociedade heteronormativa vigente”, explica.
Estes indivíduos, segundo Gustavo Bieberbach, não foram colocados em evidência, e nem sequer ouvidos. Assim, o tema vai permear estas relações sociais, que por muitas vezes são colocadas de lado. “São quatro convidados, com diferentes perspectivas, experiências de vida e representatividades. A proposta também desloca a ideia de que o teatro político exclusivamente tem a ver com fazer política, e relações com partidos. Ele é muito mais do que isso” destaca.